Polícia conclui inquérito e indicia médico psiquiatra por estupro de vulnerável e importunação sexual
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava o médico psiquiatra Rafael Pascon dos Santos, denunciado por 29 mulheres nas cidades de Marília, Garça e Lins, no interior de São Paulo. Ele foi indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável e importunação sexual, conforme informou nesta sexta-feira (31) a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Marília.
De acordo com a investigação, os abusos teriam ocorrido durante consultas médicas, entre 2018 e 2024, tanto em uma clínica particular de Marília quanto no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Garça. As vítimas têm entre 17 e 65 anos de idade.
O médico está preso preventivamente desde 22 de outubro, após diligências da Polícia Civil em sua casa e consultório. Ele foi localizado em Marília e se apresentou à polícia acompanhado de advogados. O depoimento dele foi colhido nesta sexta-feira, mas o investigado optou por permanecer em silêncio.
Na quinta-feira (30), a oitiva precisou ser adiada devido a uma queda de energia na penitenciária de Gália, onde o suspeito está detido. O inquérito agora segue para o Ministério Público, que deve decidir se oferece denúncia formal à Justiça. O órgão informou que o caso corre em segredo de Justiça.
Segundo a DDM, as denúncias começaram com seis mulheres que procuraram a delegacia em Marília. Após as primeiras reportagens sobre o caso, novas vítimas passaram a procurar a polícia.
Uma das mulheres relatou que ficou em silêncio por anos até tomar coragem após ver outras denúncias. “É um pesadelo que parece que vivi. Por muito tempo eu tentei esquecer, mas quando vi outras mulheres denunciando, decidi falar também para colocar um fim nisso”, contou uma das vítimas.
Em Garça, os casos também chamaram atenção. Uma mulher de 65 anos relatou que, em 2018, o psiquiatra começou a ter comportamentos inapropriados, como abraços e gestos de intimidade, até segurá-la contra o corpo e encostar a boca em seu pescoço.
Outra paciente, de 43 anos, contou ter sido beijada à força durante uma consulta em 2022, o que a levou a interromper o tratamento. Já uma jovem, que à época tinha 17 anos, afirmou que o médico a beijou no canto da boca e fez perguntas íntimas quando estava desacompanhada da mãe.
Uma quarta vítima, de 41 anos, registrou boletim de ocorrência após assistir reportagens sobre o caso. Ela afirmou que, no fim de 2024, foi agredida e tocada à força durante uma consulta no Caps.
Após o episódio, relatou que o médico chegou a fazer comentários obscenos e insistentes, o que agravou seu estado psicológico, levando a crises e necessidade de aumento de medicação.
Ao todo, a polícia contabiliza 18 boletins de ocorrência em Marília, 10 em Garça e um em Lins. Com a conclusão do inquérito e o indiciamento, o caso agora está sob análise do Ministério Público, que poderá oferecer denúncia formal à Justiça.
Rafael Pascon segue preso preventivamente e à disposição da Justiça.
Fonte: G1
Foto: Reprodução/Facebook
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